As opiniões expressas pelos colaboradores do empresário são suas.
Há uma citação à qual volto com frequência: “A excelência é a capacidade de sofrer dor”. É de Isadore Sharp, fundador das quatro estações. Quanto mais tempo eu liderei equipes e empresas, mais percebi o quão verdadeira é essa linha – não apenas em teoria, mas na prática.
Falamos muito sobre liderança em termos de visão, decisividade e estratégia. Mas os melhores líderes que conheço – aqueles que as pessoas seguiriam no fogo – têm outra coisa: a capacidade de absorver a dor.
Absorver pressão para que outros não precisem
A liderança vem com pressão. Isso faz parte do trabalho. Mas os melhores líderes não apenas gerenciam essa pressão, protegem suas equipes. Eles carregam o peso emocional e estratégico da incerteza para que outros possam permanecer focados e confiantes.
Não se trata de ser um mártir; É sobre ser um buffer. O tipo de líder que faz a complexidade se sentir claro, mesmo quando não é. O tipo que recebe a ligação tarde da noite faz a decisão difícil ou é culpa quando as coisas vão de lado-não porque é fácil, mas porque protege o momento da equipe.
O “jogo da gripe” de Michael Jordan é um exemplo perfeito. Ele perdeu 38 pontos enquanto visivelmente doente durante as finais da NBA – não por manchetes, mas porque a equipe precisava que ele absorvesse esse momento e liderasse. Essa mesma mentalidade existe na liderança militar de elite, onde os oficiais comandantes costumam comer por último, dormir menos e liderar de frente. Não é performativo – é o princípio.
Nos negócios, vi mentores entrarem em conversas brutais na sala de reuniões, pegarem o calor das partes interessadas e voltarem ao escritório com equilíbrio. Para não esconder a verdade, mas impedir que as equipes giram. Esse tipo de liderança não aparece em um currículo – mas ganha confiança ao longo do tempo.
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A dor é inevitável, mas a capacidade de ser construída
Absorver pressão não é algo com o qual você nasceu. É uma capacidade que você constrói. E, como qualquer músculo, cresce através de repetições diárias. É por isso que fazer coisas difíceis – de propósito, todos os dias – é mais do que apenas um hábito. É uma mentalidade que molda como os líderes aparecem quando mais importa.
Os líderes mais eficazes não esperam que a adversidade chegue antes de construir resiliência. Eles treinam para isso. Sejam chuveiros frios, conversas difíceis ou tempo esculpido para foco profundo, eles se inclinam para o desconforto como uma forma de preparação. Eles sabem que a clareza em momentos difíceis não é acidental – é ganho por meio de desafios consistentes e deliberados.
Trem o momento antes de chegar
Há uma citação atribuída a um selo da Marinha dizendo: “Você não se levanta à ocasião. Você cai no nível do seu treinamento”. Essa linha permanece comigo porque é brutalmente verdadeira.
Quando as coisas vão de lado – e elas sempre o fazem – você não convocará magicamente a força. Você padrão o que você praticou. Se você passou um tempo construindo resistência mental e emocional através de coisas difíceis, manterá a linha. Se não o fizer, você sentirá isso rápido.
É por isso que me inspirei em pessoas como David Goggins, que conversam abertamente sobre o valor de se colocar em dificuldades voluntárias. Ele não faz isso para mostrar. Ele faz isso para construir um reservatório de que ele pode extrair quando a vida parar de ser teórica. E na liderança, esse momento sempre vem.
Transformando a incerteza em ação
A liderança geralmente parece parecer na beira do desconhecido, sendo solicitado a decidir antes que a imagem seja totalmente clara. Nesses momentos, a força não é apenas sobre intelecto – é sobre equilíbrio. Sua equipe não precisa que você tenha todas as respostas. Eles precisam acreditar que você não vai se encolher.
É aí que essas duas idéias convergem: absorver dor e fazer coisas difíceis. Um é o resultado externo; O outro é o motor interno. Absorver dor sem capacidade de construção o queimará. Mas se você criar o hábito de escolher o caminho mais difícil – inclinado para o atrito em vez de longe dele – você aumentará sua capacidade de carregar mais e permanecer no chão enquanto faz isso.
Eu não sou perfeito nisso. Mas sou consistente. Procuro pequenas maneiras de me desafiar todos os dias. Eu me certo de pessoas que não se esquivam das coisas difíceis. E quando a incerteza chegar, trabalho para transformá -la em algo acionável – tornando o complicado simples e o avassalador gerenciável.
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O verdadeiro rio de fazer coisas difíceis
O maior equívoco sobre desconforto é que ele é inerentemente negativo. Eu argumentaria que é um atalho para a clareza. Quando você cria o hábito de enfrentar a coisa difícil primeiro – seja uma conversa difícil, um pivô estratégico ou uma nova iniciativa – você constrói confiança em sua própria capacidade de lidar com o que vem a seguir. E com o tempo, essa confiança se torna contagiosa.
As equipes não precisam de líderes perfeitos; Eles precisam de consistentes. Eles precisam de líderes que aparecem nos momentos difíceis e não perdem o centro; líderes que transformam a dor em foco e incerteza em movimento; Líderes que treinaram para os momentos que outros temem. É isso que estou tentando construir, uma coisa difícil de cada vez.
Fonte: VEJA Economia